Dando sequência à nossa série de entrevistas com a nova composição da Diretoria Executiva, vamos conversar com o primeiro Diretor de Tecnologia da Informação da Prevcom, Alessandro Roosevelt.
Quais são os maiores desafios na implementação de novas tecnologias em entidades de previdência complementar como a Prevcom?
Acredito que entre os maiores desafios estão a integração de sistemas, que pode ser complexa e cara, e a garantia de que as novas implementações estejam em conformidade com as regulamentações e sejam seguras contra ciberataques.
Não podemos esquecer também que o uso de novas tecnologias depende do envolvimento de toda a organização e, por isso, é importante que seja feito um trabalho de conscientização junto aos colaboradores para que eles não tenham receio e consigam imaginar um cenário diferente do que estão acostumados, abrindo espaço para a inovação. Neste sentido, a capacitação precisa ser contínua e eficaz.
De que forma a tecnologia pode contribuir para melhoria de processos e entrega de valor para os nossos participantes e patrocinadores?
No nosso planejamento de TI estamos priorizando os processos internos, com foco no aumento de produtividade, eficiência, redução de riscos e inovação. Este trabalho terá como eixos principais: automatização de processos, a fim de reduzir riscos e aumentar a eficiência; análise e uso dados, com a possibilidade de usar IA (Inteligência Artificial) para oferecer insights valiosos e hiper personalizar serviços; melhoria da comunicação, por meio de plataformas digitais que facilitem a interação entre a Prevcom, seus participantes e patrocinadores; e transparência, com a implementação de sistemas digitais robustos e extremamente seguros.
Como você pretende fomentar uma cultura de inovação e transformação digital na Fundação?
O segredo para o sucesso está na mudança cultural. É fundamental trabalhar para que todos desenvolvam uma visão inovadora e integrada, com uma perspectiva voltada para o futuro. Para isso, é essencial que a liderança esteja engajada, com os diretores sendo os primeiros a adotar e a promover novas tecnologias.
A criação de um ambiente colaborativo também é indispensável, por isso começamos ampliando o uso do Office 365 com o Teams e o SharePoint, de modo a incentivar a colaboração e a troca de ideias entre os colaboradores. Essas ferramentas permitem o compartilhamento seguro de informações de forma online e são acessíveis por diversos meios. Além disso, expandimos o uso do SEI (Sistema Eletrônico de Informações) para todos os processos internos, garantindo mais eficiência na tramitação de documentos e transparência nos processos.
E por fim, conforme disse anteriormente, a capacitação contínua deve ser uma prioridade, com a oferta de treinamentos e workshops, assim como reconhecer e recompensar iniciativas inovadoras é essencial para motivar os colaboradores e fortalecer essa cultura de transformação tornando-a mais colaborativa e eficiente.
Na sua visão, como equilibrar inovação tecnológica e segurança cibernética?
Para equilibrar inovação e segurança, entendo que os esforços devem ser concentrados em quatro pilares fundamentais. O primeiro é a governança de TI, por meio da implementação de políticas robustas que garantam a segurança dos dados. Em seguida, vem o investimento em treinamento em cibersegurança, com informações aos usuários sobre as boas práticas de segurança cibernética. Neste sentido, foi criado na Prevcom o "Momento Segurança Cibernética", uma série de comunicados direcionados a todos os colaboradores e participantes, com foco na prevenção de riscos da informação. O terceiro pilar é o monitoramento contínuo com o uso de ferramentas avançadas para detectar e responder rapidamente a ameaças e, por último, mas não menos importante, estão as parcerias estratégicas. Com a colaboração de especialistas em cibersegurança há maior fortalecimento das defesas da organização.
Quais tendências tecnológicas você considera indispensáveis para qualquer empresa nos dias de hoje?
Na parte de sistemas, a tendência em relação a desenvolvimento são as plataformas Low-Code, cujo desenvolvimento de software permite criar aplicações com pouca ou nenhuma programação convencional, utilizando plataformas visuais e intuitivas. Com a ampliação do uso da IA, temos também um avanço na área de ciência de dados. Outras áreas que estão em alta são segurança cibernética, governança, infraestrutura e computação em nuvem. Todas elas são foco do planejamento da Diretoria de Tecnologia para a Prevcom.
E a Inteligência Artificial, de que forma pode contribuir para a otimização de processos e personalização de serviços?
Na Prevcom, estamos nos preparando para o uso da IA em automatização de rotinas, hiper personalização do atendimento dos participantes e patrocinadores, na tomada de decisões e acompanhamento e controle dos Riscos Operacionais.
Ainda falando de IA. Como você enxerga o futuro e quais avanços acredita que terão maior impacto nos próximos anos?
A Inteligência Artificial (IA) é amplamente utilizada atualmente para analisar correlações, identificar padrões e gerar previsões com base nesses dados. No entanto, ela não possui visão crítica nem empatia, características essenciais para a tomada de decisões éticas e mais humanas. Com o avanço da tecnologia, é esperado que a IA evolua também em aspectos éticos e empáticos, indo além da simples análise de dados e previsões. Para que a IA entregue um valor real, é fundamental que essas questões sejam desenvolvidas, permitindo que ela não apenas automatize processos ou otimize vendas, mas também atue de maneira mais alinhada às necessidades humanas e sociais.
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