A Prevcom recebeu autorização do Conselho Deliberativo para dobrar o percentual destinado a aplicações em Fundos de Investimento em Participações (FIPs) que passa de 5% para 10% do patrimônio de R$ 2,36 bilhões. Esta alteração libera cerca de R$ 230 milhões para inversões neste tipo de ativo.
A entidade revisou sua política de investimentos e os modelos projetados pela consultoria especializada recomendaram ampliar o investimento em FIP pela rentabilidade que tem oferecido no mercado. A decisão está vinculada ao vencimento em agosto de um contrato de Notas do Tesouro Nacional (NTNb), marcado na curva, que deve lançar R$ 200 milhões no caixa da Fundação.
Rentabilidade
O reinvestimento em novos blocos de NTNb foi descartado neste momento, segundo Carlos Henrique Flory, presidente da Prevcom. “Não sou a favor de aplicar de novo em NTNb pela regra atual”, assinala Flory. A norma que obriga a aquisição dos títulos públicos com marcação à mercado, expostos às instabilidades da economia, traria volatilidade à carteira da instituição.
Segundo o presidente, neste momento, com a alta da inflação, a baixa atratividade das taxas de juros e dos fundos de crédito, os FIPs, que também são investimentos de longo prazo, têm potencial para trazer uma rentabilidade maior. A experiência recente da entidade com dois fundos BTG Economia Real 1 teve impacto positivo. Os ativos quase dobraram com retorno de 92,12%, alavancando o resultado de fevereiro que atingiu 2,29%.
Administração ativa
Os FIPs diferem dos ativos tradicionais pela participação ativa dos administradores que se comprometem com uma tese de investimentos e a geração de resultados. São classificados como um “condomínio” de empresas com elevado potencial de crescimento que recebem além de uma injeção de capital, gestão profissional e alavancagem da operação, sem mexer no produto, que é a razão do sucesso do empreendimento. Os fundos que aparecem listados na Bolsa de Valores são de investimentos em infraestrutura, energia elétrica, energia renovável, portos e aeroportos.
Os projetos de infraestrutura programados envolvem cifras bilionárias e serão executados com capital privado. “Analisando os instrumentos que poderiam ser usados, o FIP é o ideal, até mesmo para diluir riscos uma vez que as cotas se equilibram pela somatória dos projetos dentro do fundo”, declara Flory. A Fundação deve preservar suas posições na Bolsa de Valores cujas cotações se ressentem das turbulências conjunturais internas e externas. “O Conselho comandou que vamos manter nossas ações e olhar em longo prazo para ver como estarão em 20 anos. Vão se recuperar”, assinala.