Fran Nascimento tem MBA em Finanças pelo Insper e mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro. Saiba mais aqui .
A diretora de Investimentos da Prevcom, Fran Nascimento, traça o panorama de como os mercados se comportaram em setembro de 2022.
No Brasil estamos às vésperas das eleições e com todas as atenções voltadas somente para isso. O mercado se mantém em compasso de espera, aguardando pelo resultado da disputa que, deve dar maiores indicações das políticas econômicas para os próximos anos.
O Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% na última reunião COPOM, realizada em 21 de setembro, sinalizando o fim do ciclo de alta de juros. A mensagem foi de manutenção da Selic nesse nível “por período suficientemente prolongado”, mas atentos ao comportamento da inflação.
Em setembro, a inflação oficial, medida pelo IPCA teve queda de -0,29%, novamente liderada principalmente pela redução do preço de combustíveis e transportes. Mas espera-se que esse cenário seja passageiro. É consenso entre os especialistas que a inflação está artificialmente baixa dado o estimulo fiscal que ocorreu no segundo semestre e é possível ver uma inflação ainda persistente no horizonte relevante, fazendo com que a taxa Selic continue em 2 dígitos por mais tempo.
O Ibovespa segue com retornos melhores que as bolsas americanas, enquanto Wall Street amargava perdas de mais de 1%, o Ibovespa encerrou o mês em leve alta de 0,47% e 110.036 pontos. Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq acumularam quedas de -8,68%, -8,91% e -9,66%, respectivamente.
No contexto global, permanece o cenário de alerta e pessimismo, com “inflação e juros” em foco, ditando as dinâmicas do mercado.
O FED aumentou em 75 pontos-base a taxa de juros americana que, apesar de amplamente esperado, veio com um discurso em tom mais duro de que o ajuste deve continuar e acabou por enfraquecer a visão de que a autoridade monetária americana conseguiria frear a inflação.
O conflito na Ucrânia agravou com o Putin acuado pelas reconquistas de territórios do oponente, o que motivou atritos entre a Rússia e os países da União Europeia.
Na Europa, a inflação continua castigando e seguem as altas de juros, bem como a crise energética que o continente enfrenta.
E notícias provindas da China de expectativa de baixo crescimento também minguaram o otimismo dos mercados.
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