São Paulo está entre os cinco estados com a maior expectativa de vida do Brasil. Empatado com o Distrito Federal, os moradores do estado mais populoso viviam até os 78,1 anos em 2016 – média maior que a do País. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no último dia 1º.
Moradores de SP estão entre os que vivem mais no Brasil, de acordo com IBGEEm 2015, o estado também ficou nas primeiras colocações, novamente com a mesma expectativa que o DF, com 77,8. No ano anterior, ficou em quarto lugar, com 77,5 anos.
O IBGE registrou no ano passado 44,7 milhões de pessoas vivendo no estado. Dessas, 6,9 milhões eram de pessoas com 60 anos ou mais. As mulheres eram maioria, com quase quatro milhões de mulheres idosas vivendo em São Paulo. “O envelhecimento da população brasileira vai ser muito rápido e muito profundo”, projeta o pesquisador do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia da FGV Fernando de Holanda Filho.
Em novembro, o IBGE divulgou informações de que a população idosa cresceu 16% em relação a 2012, enquanto a de crianças até nove anos de idade caiu 4,7% no mesmo período.
Previdência
A preocupação de alguns especialistas com o envelhecimento acelerado da população é com a previdência. Em São Paulo, os gastos com aposentadoria neste ano devem chegar aos R$ 17 bilhões. A projeção da Fundação de Previdência Complementar do estado (SP-Prevcom) para daqui a dez anos é de que esse valor suba para R$ 36 bilhões. “Para conter esse quadro, não tem outra forma a não ser essa reforma da Previdência”, comenta o presidente da SP-Prevcom, Carlos Henrique Flory.
No Brasil, a previsão do Governo Federal é de que o rombo no setor previdenciário ultrapasse os R$ 181 bilhões neste ano. A reforma da Previdência estava prevista para ser votada ainda em dezembro, mas o governo ainda está em busca dos 308 votos favoráveis para a aprovação – e já admite que talvez não os tenha nesse momento.
Enquanto isso, dados do IBGE mostram que a expectativa de sobrevida também vem crescendo. Uma pessoa com 65 anos em 2060 poderá viver 21,2 anos a mais, o que torna o Brasil um país cada vez mais idoso.
“À medida que o País for envelhecendo, a tendência é que a situação [da previdência] se torne calamitosa. Realmente, o Governo Federal vai ter muita dificuldade em fechar suas contas”, prevê o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE – FGV) Bruno Ottoni.