Fran Nascimento tem MBA em Finanças pelo Insper e mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro. Saiba mais aqui .
A diretora de Investimentos da Prevcom, Fran Nascimento, traça o panorama de como os mercados se comportaram em maio de 2023.
As projeções de crescimento do PIB, redução de inflação e a aprovação do novo arcabouço fiscal aumentaram a expectativa de início do ciclo de corte da taxa de juros trazendo bom humor aos mercados brasileiros.
Ao longo de maio, o Ibovespa apresentou forte alta, contudo, notícias externas como a divulgação de dados fracos da economia chinesa e indicadores dos EUA assustaram os investidores gerando um volume forte de resgates que resultaram em uma queda de -2,32% na última semana do mês. Apesar desse recuo, o Ibovespa fechou o mês em 108.335 pontos e alta de +3,74%. Especialistas acreditam que a bolsa ainda tem muito espaço para crescer e que seria uma boa opção de investimento no momento.
Nos Estados Unidos, os temores de possível calote nos títulos do tesouro americano foram superados com o acordo sobre o aumento do teto da dívida, levando os mercados a exibirem maior apetite a risco. Com isso, o Nasdaq teve performance elevada de +5,8%, puxada principalmente por empresas como Amazon, Google, Apple, Tesla e Microsoft, todas impulsionadas pela expectativa de aumento de produtividade decorrente dos avanços tecnológicos na área de Inteligência Artificial (IA). O S&P 500 fechou em alta de +0,25%, porém o Dow Jones caiu -3,5%.
A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio foi de 0,23%, acumulando 3,94% em 12 meses. A taxa novamente surpreendeu o mercado que projetava uma alta maior, em torno de 0,33%. Os preços de passagens aéreas, combustíveis e alimentos vieram em patamar abaixo do previsto e ajudaram na desaceleração inflacionária.
O Banco Central segue mantendo a taxa básica de juros em 13,75% sob o argumento de conter a inflação. Porém, considerando as últimas revisões para baixo feitas pelos analistas, aparentemente consolidando um cenário de inflação mais branda, aumenta a expectativa de redução na taxa. Na próxima reunião do Copom, espera-se ao menos uma sinalização sobre o início do ciclo de queda.
Recomendação: Considerando a melhora nos dados de atividade econômica e inflação, aumento da probabilidade do início do ciclo de queda da taxa de juros, seguimos mantendo posição conservadora, porém, acompanhando as oportunidades nos mercados de crédito e de ações. A preferência é concentrar investimentos em ativos de renda fixa, que acompanhem a taxa de juros, inflação (Imab-5) ou em produtos com estratégias de proteção.