Fran Nascimento tem MBA em Finanças pelo Insper e mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro. Saiba mais aqui .
O ano de 2023 foi marcado por um cenário de incertezas e um mercado extremamente desafiador. No período, o aperto monetário nas principais economias do mundo, elevação de taxas de juros pelos Bancos Centrais, expectativa de reabertura econômica na China, eventos no setor bancário nos EUA e na Europa, conflitos na Ucrânia e Israel, se destacaram como vetores de instabilidade.
No Brasil, os componentes de maior relevância foram a posse do novo governo, especulações sobre o novo arcabouço fiscal, grandes empresas e sistemicamente importantes pedindo recuperação judicial e início do ciclo da queda da taxa básica de juros.
Apesar de toda oscilação causada por essas inúmeras incertezas, o fechamento do ano no Brasil apresentou resultados positivos para os mercados. O CDI acumulado em 12 meses foi de 13,04%, a poupança rendeu 8,04% e o Ibovespa 22,28%.
Esses retornos criaram um ambiente otimista para os investidores nesse início de 2024, principalmente em relação a continuidade do ciclo de queda da Selic, manutenção da inflação dentro dos limites das metas do Banco Central, melhora significativa da balança comercial, que atingiu níveis recordes, e dólar estável.
Porém, é importante mencionar que persistem as dúvidas em relação a situação fiscal no Brasil e a melhora dos indicadores econômicos externos das grandes economias como EUA, China e Europa, lembrando ainda que em novembro haverá eleições nos EUA, o que pode trazer grande volatilidade aos mercados.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 0,56% em dezembro, acumulando 4,62% no ano. O indicador se manteve dentro do intervalo da meta de inflação para o ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), porém acima da expectativa do mercado que projetava alta em torno de 0,40%. O grupo de alimentação e transportes foram os principais responsáveis por essa elevação.
Recomendação: Mantemos posições de cautela, mas atentos a oportunidades. Nossa expectativa para taxa básica de juros no final de 2024 gira em torno de 9,25% - 9,0%, o que ainda consideramos atrativa. A preferência é concentrar investimentos em ativos de Renda Fixa que acompanhem a taxa de juros e inflação (Imab-5).