Fran Nascimento tem MBA em Finanças pelo Insper e mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro. Saiba mais aqui .
A diretora de Investimentos da Prevcom, Fran Nascimento, traça o panorama de como os mercados se comportaram em junho de 2023.
A expectativa por fatores como o início da queda da taxa básica de juros, a melhora dos índices de inflação, a aprovação do arcabouço fiscal, a possível alteração do regime de metas da inflação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e a aprovação da reforma tributária movimentaram o mercado brasileiro no mês de junho. Nos Estados Unidos, o FED manteve a taxa de juros na última reunião e sinalizou que irá monitorar dados de inflação e emprego para confirmação de fim do aperto monetário.
Nesse cenário, os mercados responderam de forma positiva. No Brasil, o Ibovespa subiu fortemente, encerrando o mês em 118.087 pontos (+9%), acumulando 7,61% no ano. Especialistas seguem acreditando que ainda tem muito espaço para a Bolsa subir e que esta continua sendo uma boa opção de investimento. No mercado internacional, a Nasdaq subiu +6.66% e o S&P 500, +6.61%, acumulando no ano 32,2% e 16,6%, respectivamente. Empresas dos setores de tecnologia e inteligência artificial seguem sendo os destaques de valorização.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) caiu 0,08% em junho, acumulando 3,16% em 12 meses. Essa foi a 1ª deflação apontada no ano 2023. Os preços de alimentação, bebida e transportes foram os principais grupos que contribuíram para o índice. O grupo de transportes foi impactado, principalmente, pela redução nos preços dos combustíveis praticados pela Petrobras e pelo programa de descontos para carros populares do governo federal, que concedeu descontos de R$ 2 a R$ 8 mil para carros de pequeno porte. Ao todo, foram liberados R$ 650 milhões. Economistas calculam que, sem essa redução de preços dos automóveis, o IPCA teria registrados alta de 0,03%.
Conforme esperado, mesmo diante de pressões do governos e empresários, o COPOM manteve a taxa básica de juros em 13,75% na última reunião realizada em 21 de junho. Em comunicado, afirmou que, “o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”, mas é preciso “paciência e serenidade na condução da política monetária”, “cautela e parcimônia”. A expectativa dessa decisão era unânime para a maioria dos especialistas, assim como, esperavam o início dos cortes da taxa de juros na próxima reunião que acontecerá no início de agosto. Porém, o comunicado não trouxe muita certeza nesse sentido e sinalizou que “não hesitaria em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. O mercado segue acreditando na redução da taxa de juros na próxima reunião, mas em dúvida se o corte será de 0,25 ou 0,50 pontos percentuais.
Recomendação: Seguimos em posição conservadora e acompanhando as oportunidades nos mercados de crédito e de ações. A preferência é concentrar investimentos em ativos de Renda Fixa que acompanhem taxa de juros e inflação (Imab-5) ou em produtos com estratégias de proteção.