Fran Nascimento tem MBA em Finanças pelo Insper e mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro. Saiba mais aqui .
Outubro foi novamente um mês bastante desafiador para os mercados de renda fixa e renda variável (ações), domésticos e internacionais. As análises apontam a continuidade da escalada de abertura das taxas de juros globais de longo prazo, com destaque para os papéis de emissão dos EUA, assim como as preocupações com as contas públicas.
O conflito no Oriente Médio, entre Israel e Hamas, trouxe um cenário ainda mais negativo para economia mundial e aumentou a aversão a risco dos investidores. O confronto contribuiu para o aumento dos preços do petróleo, levando a uma reavaliação do ambiente global que se tornou, por consequência, mais inflacionário e gerou dúvidas sobre a capacidade dos Estados Unidos de implementar seu plano de aperto monetário sem impactar adversamente a economia.
No Brasil, foi um período de informações positivas no âmbito econômico, dados de inflação ao consumidor melhores e revisão do crescimento da economia para cima, hoje por volta de 3%. O Copom reduziu a taxa Selic em 0,50% para 12,25%. Apesar disso, persistem as incertezas no campo fiscal, principalmente, após declarações do Presidente da República, sobre a dificuldade de alcançar a meta zerada do primário em 2024, sugerindo a possibilidade do governo não atuar com rigidez necessária no campo das despesas. Essa fala acabou arranhando a credibilidade do projeto do novo arcabouço fiscal e causou apreensão sobre o impacto que poderia causar ao ciclo de cortes da taxa básica de juros.
A performance negativa foi ampla no mercado de valores mobiliários e as principais bolsas americanas encerraram o mês de outubro em queda. O Dow Jones apresentou uma queda de -1,36% no mês, o S&P -2,20% e o Nasdaq, -2,78%. No Brasil, o Ibovespa encerrou o mês em queda de -2,94%, com 113.144 pontos e acumula +3,11% no ano e -2,49% em 12 meses.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 0,24% em outubro, acumulando 4,82% em 12 meses e 3,75% no ano. O índice desacelerou em relação ao mês anterior (0,26%) e veio novamente abaixo da expectativa do mercado que projetava alta de 0,29%. O grupo de alimentação e bebidas reverteu o quadro de quedas seguidas e fechou em + 0,27%. O item transportes, registrou um leve alívio, puxado pela redução nos preços dos combustíveis.
Recomendação: Seguimos com posições conservadoras e acompanhando as oportunidades nos mercados de crédito. A preferência é concentrar investimentos em ativos de Renda Fixa, que acompanhem a taxa de juros, inflação (Imab-5).